segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O uso de suplementos alimentares na prática esportiva

Suplemento alimentar é caracterizado como um produto alimentício, acrescido a dieta, principalmente para corrigir deficiência de algum tipo de nutriente. Podem conter nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras, ou seja alguma substância dietética capaz de aumentar o valor nutricional da dieta. Além de nutrientes essenciais pode conter ainda substâncias fototerápicas como ginseng, ginkgo, yohimbe, entre outros.
Em alguns casos o uso de suplemento alimentar pode auxiliar no aumento da performance do atleta. Para suplementação segura é preciso avaliação de um profissional habilitado (médico ou nutricionista). O suplemento só tem efeito positivo se a dieta alimentar estiver equilibrada, caso contrário o consumo servirá apenas para corrigir alguns estados de carências nutricionais e pouco resultado será observado na performance. Seu consumo inadequado pode trazer prejuízos ao organismo em especial ao fígado e rim.
Em 24 de março de 1998 o Ministério da saúde instituiu a portaria número 222, legalizando a comercialização de suplementos. Para isso algumas regras de classificação foram criadas, como a que divide os suplementos em dietéticos (repositores) e suplementos ergogênicos.
Conheça a ação dos suplementos mais utilizados:
L–Carnitina:
A L-Carnitina é um tipo de aminoácido ligado às vitaminas do complexo B, cuja função seria facilitar a entrada de ácidos graxos (gorduras ou lipídeos) na mitocôndria para produção de energia. Pode ser obtida por meio da alimentação (a fonte mais rica é a carne) e produzida pelo próprio organismo (é produzida pelo fígado, rins e cérebro).
Tem sido muito usada por atletas com o intuito de melhorar a performance (baseando-se na possível ação de aumentar a oxidação de ácidos graxos, durante o exercício físico, estimulando o mecanismo de conservação do glicogênio muscular, o que resultaria em um retardo da fadiga) e por praticantes de exercício físico com objetivo de diminuir a gordura corporal. Porém, de acordo com diversos estudos, esta teoria não foi confirmada. (Williams, 2002).
Creatina:
A creatina não é um aminoácido, mas um composto nitrogenado. A creatina é encontrada em alguns alimentos como nos peixes (bacalhau, atum, arenque) e carnes, mas também é formada nos rins, fígado e pâncreas a partir dos aminoácidos glicina e arginina.
Fornece energia para uso imediato, pois atua no sistema ATP-CP, importante para produção rápida de energia como, por exemplo, em esportes de velocidade e potência.
Nos primeiros dias de uso, tem-se uma falsa sensação de aumento de massa magra, em virtude da intensa retenção de creatina, principalmente nos músculos. Concomitantemente, ocorre uma diminuição da excreção urinária, gerando aumento de retenção de água nas células e aumento de peso corporal. Porém, a creatina não tem ação no aumento da massa magra.
A capacidade de retenção de creatina no músculo é limitada. Todo excesso será excretado pela urina. Seu uso por tempo prolongado pode gerar problemas no fígado e rins. E ainda, alguns estudos estão mostrando um efeito carcinogênico.
O American College Of Sports Medicine (2003) recomenda o uso de 02g de creatina/30 dias, como sendo eficiente para manter os estoques intramusculares de creatina.
Glutamina
A glutamina é a primeira fonte de combustível para as células do sistema imune, particularmente os linfócitos e macrófagos. Com a queda do sistema imune, o indivíduo fica mais predisposto a adquirir doenças e infecções. Atletas com overtraining podem depletar os estoques de Glutamina por meses ou até mesmo anos. É um a aminoácido não essencial mais abundante no plasma, e é sintetizada no tecido muscular.
Diversos estudos sugerem que a glutamina pode promover o crescimento muscular e minimizar a deficiência do sistema imune induzida pelo exercício.
Os melhores efeitos são demonstrados com a ingestão de 5g por dia em no mínimo 300 ml de água.
BCAA
Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA= BRAIN CHAIN AMINO ACIDS) são um grupo de 3 aminoácidos essenciais: leucina, isoleucina e valina. São constituintes naturais de alimentos de origem animal, assim, podem ser obtidos facilmente com o uso de uma dieta balanceada.
Os BCAA’s auxiliam no processo de recuperação muscular pós treino, auxiliando na síntese protéica. A partir da oxidação dos BCAA’s também é possível a produção de glutamina.
São seguros para o uso, principalmente para indivíduos com problemas no fígado, pois não dependem dessa via para serem metabolizados. Atletas competitivos de esporte de combate têm frequentemente alterações nas enzimas do fígado, necessitando de acompanhamento minucioso. O BCAA é seguro para esses casos.
Tem efeito na diminuição da fadiga central, permitindo que o exercício seja mantido por mais tempo com menor sensação de cansaço.
O uso indiscriminado de suplementos alimentares traz sérios riscos à saúde. Portanto, não use suplementos sem indicação de um profissional habilitado (médico ou nutricionista).

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