sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cuidados na alimentação das pessoas com gastrite

Uma das queixas muito frequentes atualmente nos consultórios médicos é a "dor no estômago", chamada pela classe médica de dor epigástrica ou epigastralgia. A "queimação" no estômago ou azia também acompanha o repertório de queixas que pode indicar algum problema no aparelho digestivo. 
A abordagem médica inicial tem como objetivo compreender melhor se os sintomas citados realmente podem ser por problemas estomacais, ou se podem ser por alterações de outros órgãos envolvidos como fígado ou pâncreas, que podem confundir o diagnóstico mais preciso. Uma vez suspeitando-se ser o estômago o órgão desencadeador dos sintomas, exames complementares podem ser solicitados para confirmação diagnóstica, ficando a critério do médico assistente a necessidade ou não dos mesmos. 
A gastrite (inflamação da mucosa do estômago) pode ser desencadeada por várias causas, como algumas citadas abaixo: 
  • Colonização por bactéria (Helicobacter pylori).
  • Uso de medicação por tempo prolongado que agride a mucosa gástrica (anti-inflamatórios, ácido acetilsalicílico)
  • Aumento da secreção ácida do estômago por estresse (gastrite "nervosa")
  • Intolerância (individual) a alguns alimentos irritantes da mucosa gástrica.
Dentro dos tratamentos iniciados para o paciente com gastrite, além da medicação específica, há grande importância para a questão alimentar, sendo muitas vezes decisiva na melhora do quadro clínico. 

Cuidados ao se alimentar

Primeiramente, é importante evitar dar intervalos muito grandes entre as refeições, pois para alguns pacientes predispostos geneticamente o contato do suco ácido do estômago diretamente com as células da mucosa gástrica pode levar à uma irritação local e desencadear a gastrite. Isto não acontece quando o alimento está no estômago funcionando como uma barreira física entre o ácido clorídrico produzido pelo estômago e sua mucosa. Muitas horas sem se alimentar também pode piorar a azia. O ideal é comer de 3 em 3 horas. 
Alguns hábitos devem ser estimulados no paciente com gastrite, como fracionar a alimentação em volumes menores, evitar refeições "pesadas" com muitos alimentos, de fácil mastigação e digestão (refeições mais leves) em temperaturas não muito elevadas, a fim de contribuir para a melhora do quadro clínico. 

Alimentos que devem ser evitados

Alimentos mais gordurosos geralmente necessitam de uma digestão mais intensa, exigindo uma produção maior de suco digestivo pelo estômago que, por ser muito ácido, pode piorar o quadro da gastrite, como é o caso das frituras, carnes gordurosas, manteiga, chocolate, queijos gordurosos (amarelos), biscoitos amanteigados, croissants e embutidos como bacon, salame, presunto gordo, salsichas e mortadela. Alguns temperos e condimentos fortes também podem trazer desconforto ao paciente com gastrite, como pimentas, noz-moscada, vinagre, mostarda, cravo-da-índia e páprica, sendo melhor evitá-las principalmente na fase inicial dos tratamentos.  
Alguns pacientes, mas não todos, referem piora da gastrite com algumas frutas mais ácidas como as cítricas: limão, abacaxi, maracujá, laranja, acerola, tangerina e morango. No início dos tratamentos é prudente evitá-las. Alimentos em conserva como o caso dos picles, enlatados, tomates e seus subprodutos como molhos e extratos também são descritos como mal tolerados pelos pacientes, tendo suas ingestas desencorajadas do ponto de vista alimentar. 

Cuidados ao ingerir líquidos

As bebidas alcoólicas causam uma irritação direta na mucosa gástrica, além de estimular o aumento da produção do suco ácido do estômago, sendo portanto proibido seu uso nos pacientes com gastrite. O café (que contém cafeína) também é descrito como alimento a ser descontinuado, pelos mesmos motivos anteriormente citados, embora alguns pacientes tolerem pequenas quantidades.  
Beber muito líquido nas refeições pode dificultar o processo adequado da digestão, devido à diluição do suco gástrico, sendo o volume máximo de 200 ml o permitido para não atrapalhar a eficiência digestiva e desencadear a sensação de "estufamento" após a refeição. A cultura popular de tomar leite para diminuir a acidez do estômago deve ser evitada, pois ao diminuir abruptamente essa acidez, o corpo interpretará em seguida como "falta" de acidez no estômago e passará a produzir uma quantidade exagerada de suco gástrico, que é ácido, algum tempo depois da ingesta do leite, voltando o sintoma de "queimação", fenômeno chamado de efeito rebote, piorando mais a ainda os sintomas dispépticos. 

Outros cuidados

O tabaco (cigarro) pode estimular a produção de ácido clorídrico pelo estômago elevando demasiadamente a acidez local, podendo contribuir para o aparecimento ou para a piora da gastrite, devendo ser formalmente evitado.  
Diminuir o estresse, reservando horários para momentos de lazer e relaxamento, buscar psicoterapia de apoio para casos específicos de transtornos da ansiedade e ajuda de medicação específica (sob prescrição médica) em casos mais extremos são atitudes importantes na busca do tratamento da gastrite "nervosa". 

Alimentos aliados contra a gastrite

Quanto aos hábitos alimentares que podem contribuir para a melhora da gastrite ainda é um assunto polêmico na medicina, mas certamente as observações das experiências acumuladas no dia a dia do consultório permitem predizer alguns fatos, como descritos abaixo: 
  • Verduras (cozidas) como couve e espinafre são coadjuvantes no controle da acidez estomacal excessiva, podendo fazer parte das escolhas do dia a dia.
  • Chás de melissa, erva-cidreira, espinheira santa, erva-doce e camomila podem contribuir como coadjuvantes no alívio dos sintomas, mas jamais substituem os tratamentos medicamentosos.
Por fim, procurar ajuda de médicos e nutricionistas é fundamental para o diagnóstico correto da gastrite e seu tratamento envolvendo também o direcionamento nutricional adequado.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dor muscular após os treinos pode ser grave

A dor muscular após os treinos de musculação ocorrem devido ao micro rompimento de fibras musculares. Quando você treina, você literalmente rompe (micro rompimentos) o tecido muscular. O resultado disso é a ocorrência de microlesões musculares nos primeiros dias dos treinos musculares, pequenas rupturas do músculo causadas pelo excesso de esforço. 
Com alguns dias, o músculo começa a se reconstruir, por isso o repouso após os treinos é muito importante. Ocorre uma cicatrização das fibras musculares. Este processo de reconstrução torna os tecidos musculares mais fortes e maiores do que antes. Esse é o processo de hipertrofia muscular. A hipertrofia muscular é o desenvolvimento de mais fibras musculares, o que deixa os músculos maiores e mais fortes para suportarem levantar mais peso. 
A dor que você nota nos dias posteriores ao treino é diferente da dor (queimação e ardor) que você sente durante o treino e também é diferente de uma dor de lesão muscular. É essencial a conscientização das diferenças dessas dores, como a dor dos treinos, dor boa, que ocorre um dia ou dois depois do treino, e a dor de lesões, dores ruins, de lesões nas articulações e músculos. A dor boa, por mais forte que ela seja, ela não impede você de fazer outras atividades físicas, apesar da dor você consegue executar qualquer movimento com perfeição, diferente das dores de lesões, que causam muita dor ao movimentar as áreas afetadas e aparecem algumas horas depois do treino. 
A dor do dia seguinte geralmente é mais forte em pessoas que nunca treinaram antes. E só lembrar da época que você começou a treinar pela primeira vez e como ficou dolorido na primeira semana. Quanto mais o seu corpo se adapta ao treino, menos dor você sentirá. Se você insistir por muito tempo em apenas um tipo de treinamento, você para de ver resultados e a dor boa desaparece. Treinamento diferenciado e aumento progressivo de carga é a chave para gerar fissuras musculares, o que consequentemente aumenta a massa muscular. 
Porém, a dor boa em um alto grau não ocorre apenas em pessoas que nunca treinaram na vida. Você também sentirá dores maiores quando começar uma rotina nova. Toda vez que você der um choque em seus músculos, com um novo programa de treino, novos exercícios, quantidade de séries e repetições que o seu corpo não está mais acostumado, pode esperar grandes quantidades de dores. Vale lembrar que a hipertrofia ocorre não apenas quando há dor. 
Mesmo sem termos dores após os treinos, ou quando ela diminui, a hipertrofia continua acontecendo. A dor desaparece porque o músculo já está mais preparado para as atividades que serão desenvolvidas, e só volta a aparecer se uma carga ou treinos diferentes, exercícios novos e aumento da intensidade dos treinos. 
É importante darmos atenção a fase excêntrica (parte negativa do exercício), pois nessa fase recrutamos mais fibras musculares e lesionamos mais a mesma. Quando damos mais ênfase a parte negativa do exercício, obtemos mais fissuras nos tecidos musculares, consequentemente mais dores no dia seguinte e mais resultados a longo prazo. 
As dores devem ser controladas, a partir do momento em que impedem movimentos cotidianos é sinal que houve exagero. Um bom exemplo é o aluno não conseguir descer uma escada direito ou mesmo escovar os cabelos com facilidade. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pessoas com obesidade podem ter piora no paladar

Já na Grécia Antiga começou a se supor uma relação entre a percepção de sabor e controle cerebral, mas foi Aristóteles quem definiu os sabores, como doce, amargo, ácido e salgado e, posteriormente, no século II d.C, o médico Galeno identificou os nervos que enervam a língua.
Hoje aceitamos que existem 5 tipo básicos, sendo que os receptores básicos de sabor se localiza, nas papilas linguais que são órgãos sensoriais na cavidade oral. 
Recentemente, pesquisas também demonstraram que existem receptores no trato gastrointestinal para os sabores doce, umami e amargo. 
  • Doce: receptor estimulado por alimentos como carboidratos, açúcar, adoçantes
  • Salgado: estimulado por sal
  • Azedo/ Ácido: estimulado por frutas cítricas, vinagre, soluções carbonatadas
  • Amargo: cafeína, rúcula, jiló
  • Umami: sabor que foi descrito no Japão, em 1908 e significa saboroso, delicioso, em japonês. Estes receptores são estimulados por leite materno, queijos, algas, cogumelo secos e ostras.
As papilas gustativas recebem o alimento que ingerimos e os nervos da língua transmitem o sinal do sabor para o cérebro. O tronco cerebral tem como função: mastigar, salivar e lamber. No tálamo, ocorre o processamento e se registra a memória do sabor, enquanto no córtex gustatório e frontal acontece a decisão do que vamos ingerir e a sensação de conforto gerada pelo o que comemos. 
Todos os sistemas sensoriais são importantes para definição do nosso paladar, incluindo: visão (cor e aparência do alimento), audição (ouvimos o som produzido na mastigação), olfato (sensibilidade aos aromas desprendidos pela comida), o tato (diferentes texturas) e a propriocepção.  
Estudos recentes têm demonstrado que ocorre uma perda da sensibilidade ao sabor e uma piora na discriminação do paladar em pessoas com obesidade, o que é contrário ao que se imaginava. As pessoas comem mais porque tem maior dificuldade de sentir o sabor da comida como satisfatório. O cérebro dos obesos parece demorar mais para codificar a informação dos alimentos.  
Esta perda de capacidade em sentir sabor pode ter inúmeras causas, entre elas, a possibilidade de que uma dieta muito rica em gordura (principalmente na infância) incapacite os receptores de sabor.  
Outro ponto interessante é observar como pacientes que emagrecem após cirurgias bariátricas mudam a preferência alimentar escolhendo alimentos menos calóricos em detrimento, por exemplo, de refrigerantes e sorvetes. Isto se deve provavelmente pela alteração dos receptores de sabor localizado no estômago e intestino, o que gera melhora na percepção do sabor e mudanças no paladar. 
Outra pesquisa publicada no Archives of Diseases in Childhood demostrou que crianças com obesidade tinham menos capacidade de discriminar os sabores quando comparadas com as de peso normal, principalmente em relação ao amargo, salgado e umami.  
A sensibilidade aos sabores parece modular a quantidade de comida que é necessária para gerar saciedade. Deste modo, não sabemos se a criança vai ficando com obesidade pela diminuída capacidade em perceber os sabores ou se a anterior ingestão de alimentos predominantemente ricos em gordura até os 6 anos de idade é a grande culpada.  

terça-feira, 27 de maio de 2014

10 exercícios campeões para torrar calorias

1. Corrida 



Não tem jeito: o pódio ainda é dela. Com uma hora de corrida, você gasta terríveis 900 calorias. Isso equivale a uma lasanha, um copo médio de coca-cola, uma porção de carne de frango e um brigadeiro. Ufa! 

A favor: melhora o condicionamento cardíaco. 
Contra: cuidado com o impacto do joelho e na coluna ao correr. Escolha um tênis com bons amortecedores (acerte na escolha do tênis). 


2. Andar de bicicleta


Sair pedalando pelas ruas é sinônimo de 840 calorias a menos no corpo. 

A favor: melhora o condicionamento cardíaco. 
Contra: Cuidado com o desgaste da coluna e com o joelho. Antes de começar a pedalar, não deixe de ajustar o banco de modo que você nunca estique completamente a perna. 


3. Tênis 


Trata-se de um esporte completo: você precisa de força para arremessar a bolinha e muito fôlego para percorrer a quadra. Mas tanto esforço é bem recompensado com a despedida de 800 calorias numa partida de uma hora. 

A favor: melhora a coordenação motora, fortalece os músculos (principalmente dos braços) e aumenta a agilidade 
Contra: lesões nos ombros e nos punhos, caso você se esforce demais. Se nunca praticou, procure um professor pelo menos no mês inicial.


4. Futebol 


Temos um argumento imbatível para você topar bater uma bolinha, mesmo que tenha acabado de sair da manicure: uma hora de uma boa pelada consome 780 calorias! 

A favor: fortalece as pernas e melhora o condicionamento 
Contra: tome cuidado com os esbarrões e com as divididas, que podem exigir um pouco de força e jogo de cintura 


5. Boxe 


Coloque as luvas e vamos ao ringue. Treinando boxe, você queima até 660 calorias e ainda define os braços. 

A favor: pique de campeã e músculos dos braços muito bem torneados. 
Contra: exige bastante preparo. Quantos aos socos, eles são feitos em sacos 


6. Musculação

 

Pode ser em casa, com pesinhos, ou na academia. Para cada hora de treino, você pode perder, em média, 500 calorias.

A favor: melhora a resistência articular e muscular, fortalece os ossos e ainda acelera a queima de calorias. 
Contra: pode danificar músculos e tendões se não for feita com orientação adequada (saiba como evitar lesões). 

7. Remar


 

Sim, pode parecer estranho e difícil remar em plena cidade grande, mas os médicos garantem a eficácia. Uma hora de braços para lá e para cá eliminam 600 calorias do corpo. 

A favor: melhora o condicionamento cardíaco e muscular, define todo o peitoral e os braços rapidinho. É o segundo exercício mais completo que existe (depois da natação). 
Contra: o esporte pode causar tendinite nos braços. Para evitar, tome cuidado com a postura e a força aplicada.


8. Natação 


Uma hora queima 540 calorias. 

A favor: trabalha todos os músculos e melhora o condicionamento. 
Contra: cuidado com os choques térmicos, caso treine numa piscina aquecida. Não se esqueça de alongar, evitando cãibras. 

9. Basquete 



Não precisa ser nenhum craque do NBA, mas dar uma corridinha para um e outro lado da quadra e tentar jogar a bola na cesta pode te fazer perder 480 calorias. 

A favor: trabalha braços e pernas, praticamente na mesma proporção, além de desenvolver o condicionamento físico 
Contra: cuidado com impactos bruscos no joelho e na coluna e com as trombadas na quadra. 


10. Vôlei

 

Você sempre pensou: ah, aquele esporte em que a gente fica meio parado nem deve me ajudar a emagrecer... pois errou. Uma hora praticando vôlei elimina 420 calorias da sua barriga, da sua perna, do seu bumbum... 

A favor: braços e abdômen definidos 
Contra: cuidado com as lesões nos dedos das mãos. Elas costumam ser frequentes. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Gorduras aumentam a saciedade e não devem ser retiradas da dieta

As prateleiras de farmácias e lojas de produtos naturais foram invadidas por gorduras, seja em cápsulas ou óleo, com várias alegações de benefícios à saúde, além é claro, do poder emagrecedor.  Entre as vedetes há o ômega 3, óleo de linhaça, óleo de cártamo, óleo de gergelim e até mesmo o óleo de coco, que  ganham  cada vez mais espaço na vida das pessoas. Já a gordura natural do alimento segue um caminho absolutamente inverso. São as primeiras a sair do cardápio de quem pretende perder peso ou adotar um estilo de vida mais saudável, deixando de fazer parte da vida das pessoas. Um comportamento controverso e talvez possa ser explicado pela dificuldade de entender os diferentes tipos de gordura.  
As gorduras são realmente intrigantes. Apesar de gorduras, são distintas umas das outras em suas composições. As gorduras saturadas são sabidamente deletérias e estão associadas ao aumento de doenças cardiovasculares. Já as gorduras insaturadas fazem o papel de guardião, protegem o coração e previnem de outros processos inflamatórios. Essa distinção de tipos de gorduras pode ser o fator que contribuiu para o aumento do uso de suplemento e promoveu a redução de gordura no prato de refeição. Aparentemente ficou mais fácil tomar uma cápsula do que ficar atento à gordura dos alimentos. Mas as aparências podem enganar. 
Nenhum suplemento deve substituir as gorduras do cardápio. Primeiro é preciso esclarecer que eles não são capazes de gerar perda de peso. Além disso, alguns podem até ser deletérios, como é o caso do óleo de coco, que aumenta o colesterol. As demais são realmente boas gorduras, mas elas devem fazer parte da alimentação cotidiana e, exceto raras exceções, poderão ser utilizadas como suplementos alimentares.  
As gorduras alimentares devem continuar no cardápio. Apesar das associações negativas e de seu elevado teor calórico, retirar as gorduras da alimentação é um erro. Mesmo para quem precisa perder peso. Toda alimentação saudável e balanceada deve conter 30% do teor calórico total da dieta em gorduras. Essa recomendação se baseia nas importantes funções das gorduras para a saúde humana. Elas são fundamentais no processo de produção dos hormônios, no transporte de vitaminas, além disto, são componentes das membranas celulares, participam da função imunológica e anti-inflamatória, aumentam o poder de saciedade e a palatabilidade dos alimentos.
Fica muito mais fácil perder peso quando o cardápio a ser seguido é gostoso. Ninguém consegue seguir um plano alimentar monótono por muito tempo. Exatamente por isso é muito importante preservar as gorduras na dieta. Ganha-se em sabor, prolonga-se o tempo de tratamento e permite o alcance do peso ideal e sua manutenção. Outro ponto, é que sem a contribuição de saciedade promovida por esse nutriente, não é possível controlar a fome, levando ao consumo ainda maior de fontes de carboidratos (pães, bolachas, arroz e batatas), impossibilitando a perda de peso e/ou trazendo outros riscos à saúde.  
Quando se escolhe um suplemento de gordura não se alcança resposta de saciedade e não há melhora do sabor dos alimentos. Ainda que haja benefícios, perde-se funções importantes para o equilíbrio nutricional. Além disso, ao escolher um alimento rico em gorduras insaturadas, não se escolhe um único tipo de gordura, como ômega 3, por exemplo, outras gorduras do bem estão no mesmo alimento, potencializando seu efeito protetor.   
As gorduras protetoras ou insaturadas são divididas em dois grupos: monoinsaturada e poliinsaturada. As primeiras são encontradas principalmente em alimentos de origem vegetal como azeite e oliva, óleo de canola, óleo de gergelim, abacate, nozes e castanhas. Os óleos podem ser utilizados no preparo de comidas básicas como arroz e feijão e no tempero de folhas e legumes. As poliinsaturadas estão presentes nos peixes de água fria e também em óleo vegetais e castanhas.  
Para facilitar o entendimento para o consumo das gorduras, é importante saber que o equilíbrio pode ocorrer natural e espontaneamente ao substituir as carnes vermelhas - ricas em gorduras saturadas - por peixe. Esse é um processo que não deixa brecha para erros nutricionais, a conduta é simples. Essa conduta não significa abolir o consumo de carnes vermelhas, mas sim comer mais vezes na semana o peixe. Outra questão importante a esclarecer é que ao contrário do que muitos pensam, os óleos vegetais devem continuar participando do preparo de todas as refeições. Cozinhar com óleo é saudável, podendo ser o óleo de soja, milho, girassol ou canola!  O cuidado, como em todos os grupos alimentares, é o controle da porção.  
Outros fatores podem estar por traz ao crescente interesse dos suplementos de gorduras em cápsulas e óleos, mas a grande verdade é que, ainda, ninguém conseguiu demonstrar proteção superior àquela que um bom prato de comida, colorido, variado e gostoso pode trazer! Fica a dica!  

sábado, 24 de maio de 2014

Confira 10 alimentos para consumir antes do treino

1 – AVEIA - Por ser rico em fibras, tem a particularidade de liberar energia de forma mais lenta e gradativa, o que gera uma aceleração do metabolismo. Pode ser usado em sucos, vitaminas, iogurte, mingau, etc.
2 IOGURTE -Rico em cálcio, necessário para a contração muscular. O melhor é o desnatado, pois a gordura antes da malhação atrapalha a digestão e não libera energia suficiente para o gasto.
3 – AÇAÍ - É recomendada para quem se exercitará por mais de uma hora e meia e sofrerá desgaste físico, pois se trata de uma fruta energética e calórica. Também é fonte de antioxidantes, combate os radicais livres gerados pela atividade física.
4 - BANANA - É uma fruta rica em carboidratos, vitaminas do complexo B e potássio. É uma ótima opção para um lanche rápido, pois é rica em energia (evita câimbras durante os treinos), apesar de não ser muito calórica. Ficará ainda mais rica se misturada com algum cereal (aveia, granola ou linhaça) e mel.
5 – OVO - Proteína de alto valor biológico, repara as fibras musculares. A clara é albumina pura, com zero de gordura, e, ao contrário da gema, que contém colesterol, pode entrar no cardápio em quantidade maior.
6 – BATATA DOCE - Trata-se de um carboidrato capaz de doar energia rápida para quem quer aumento de massa ou performance atlética aeróbica.
7 – PEITO DE FRANGO - Fonte de proteína bem magra, com alta % de proteína por porção, de fácil digestão, rápida absorção, 0% gordura, 0% carboidrato e baixo sódio. O ideal é consumir o peito de frango grelhado, ou ao molho de tomate. Nunca frito, à parmegiana, à milanesa, etc.
8 – SEMENTES DE ABÓBORA - Boas fontes de ácido alfa-linolênico, uma forma vegetal de ômega-3 que pode ajudar a combater a inflamação, um fator da dor muscular.
9 – QUINOA - É um super grão repleto de proteína. Embalado com ferro, fibras e cálcio, necessários para a contração muscular, e até mesmo de potássio e magnésio, responsáveis pela hidratação. É um carboidrato complexo de alta qualidade (sim, o tipo bom de carboidrato), que você deve inserir no seu hábito alimentar.
10 – CHOCOLATE - Pesquisas sugerem que os antioxidantes presentes no chocolate A-M-A-R-G-O podem aumentar a força nas pernas, a capacidade de resistência e também ajudar a prevenir a dor muscular pós-treino.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A alimentação saudável do paciente com câncer

Dentro dos quatro cantos do mundo ouve-se comentários diversos sobre os cuidados da alimentação no paciente com câncer. Apesar das controvérsias, estes cuidados devem existir e já são um fato consumado. 
Sabe-se, por exemplo, que determinados tipos de câncer levam a alterações metabólicas que aumentam muito o gasto energético do organismo, levando o paciente à perda de peso progressiva e deixando o seu equilíbrio nutricional ainda mais vulnerável. Por isso é sempre importante um cálculo correto do total calórico a ser ingerido no dia a dia do paciente oncológico, a fim de compensar este gasto calórico extra causado pela doença e evitando assim uma desnutrição acelerada.  
É sempre interessante utilizar alimentos com alta densidade energética, ou seja, aqueles com alto valor calórico e nutricional mesmo em pequenos volumes, como azeite extravirgem, oleaginosas e suplementos alimentares específicos. 
Outra questão a ser avaliada são os efeitos colaterais secundários às frequentes sessões de quimioterapia ou radioterapia às quais os pacientes oncológicos são submetidos. Alguns efeitos frequentes são: enjoos, vômitos, perda do apetite e dificuldade para mastigar e engolir os alimentos, principalmente após radioterapias em regiões que afetam boca e esôfago.  Muitas vezes a maneira como o alimento é preparado deverá ser modificada para facilitar a mastigação e a deglutição, como preparações mais pastosas, temperatura adequada e evitar condimentos irritantes da mucosa do esofágica e gástrica. 
 É prudente evitar os alimentos industrializados como enlatados e embutidos e as frutas, verduras e legumes contaminados por agrotóxicos, preferindo as versões orgânicas. Isto porque eles possuem produtos químicos como agrotóxicos, bisfenol A (usado na indústria dos plásticos), alguns edulcorantes, conservantes, metais tóxicos (arsênico, chumbo, mercúrio, alumínio) e estas substâncias vêm sendo estudadas como potenciais promotores de alguns tipos de câncer. 
Muitos estudos têm observado que vários compostos chamados de bioativos (polifenóis, flavonóides, carotenóides, glicosinolatos) encontrados em alimentos vegetais como hortaliças, legumes, verduras, frutas, cereais integrais e sementes têm um efeito protetor (diminuidor do risco) contra alguns tipos de câncer.  
Mesmo que o indivíduo já tenha desenvolvido o câncer e esteja em tratamento do mesmo é importante encorajar o paciente oncológico a ter uma alimentação mais rica nestes compostos a fim de diminuir o risco de uma recidiva ou aumentar sua sobrevida.  Estes compostos bioativos estão presentes nos pigmentos que dão cor aos vegetais, por isso quanto mais cores diferentes (laranja, verde, amarelo, roxo, vermelho) estiverem presente na alimentação diária do paciente, mais benefícios serão alcançados. Invista em saladas bem coloridas pelo menos duas vezes ao dia. 
Mais uma questão a ser considerada é o aumento do stress oxidativo, trata-se da elevação da produção de substâncias chamadas radicais livres, desencadeado dentro do nosso organismo pelo próprio câncer e também muitas vezes pelos medicamentos quimioterápicos em uso.  Para diminuir o impacto da elevação desta excessiva oxidação celular é importante que a alimentação do paciente oncológico seja rica em antioxidantes como: selênio (oleaginosas como castanhas, avelãs, amêndoas), vitamina C ( laranja, limão, acerola, goji berry, goiaba) e vitamina E ( abacate, gérmen de trigo, óleos vegetais como azeite extra virgem). 
De um modo geral é muito importante a atenção nutricional no paciente oncológico, sendo necessário orientação especializada de nutricionistas e médicos nutrólogos à fim de melhorar o prognóstico, a qualidade de vida e a sobrevida destes pacientes. 

Dicas

Algumas dicas nutricionais são importantes para determinadas situações, como seguem abaixo: 

Náuseas, enjoos e desarranjos intestinais:

  • Evite beber líquidos durante as refeições.
  • Evite alimentos gordurosos e frituras.
  • Não fique muitas horas sem se alimentar, pois com estômago muito tempo vazio haverá aumento do enjoo.
  • Chupar picolé de fruta cítrica (por exemplo, limão) pode diminuir o enjoo.

Falta de apetite

  • Prepare pratos visualmente atrativos, bem coloridos e de consistência que facilite a deglutição pelo paciente. Acrescentar novos alimentos também ajuda no estímulo para se alimentar.
  • Coma devagar e em ambiente apropriado.
  • Faça refeições mais leves, fracionadas a cada 3 horas.

Dificuldade para engolir ou dor na boca

  • Dê preferência aos alimentos de fácil mastigação e deglutição (gelatinas, mingau, purês, suflês, pudins). Sucos e vitaminas de frutas batidas no liquidificador são opções interessantes.
  • Fazer bochechos com solução de bicarbonato de sódio a 3% após cada refeição pode diminuir a acidez da boca e diminuir a dor bucal.
  • Evite alimentos muito ácidos, muito salgados e condimentos picantes.
  • Alimentos de consistência muito dura também podem atrapalhar.

Mitos e verdades

Alguns mitos também podem confundir a alimentação adequada do paciente com câncer, como segue abaixo: 
Mito: Após cirurgias a cicatrização pode ficar prejudicada se comer carne de porco, peixes e ovos. 
Verdade: Não existe oficialmente esta recomendação pela nutrologia. 
Mito: Evitar alimentos ácidos durante a quimioterapia.
Verdade: Apenas nos casos de câncer na região da boca, faringe e esôfago, após radioterapia nestas regiões, os alimentos ácidos podem causar desconforto. Nos casos de quimioterapia não há esta recomendação. 
Mito: A beterraba pode substituir a carne vermelha para tratar a anemia. 
Verdade: Embora seja um alimento saudável, ela não tem o mesmo teor de ferro quando comparada à carne vermelha.
Mito: Comer carne vermelha pode aumentar o tamanho do tumor. 
Verdade: Existe correlação de uma dieta rica em carne vermelha com maior risco de desenvolver câncer do aparelho digestivo.  Para diminuir este risco o ideal é limitar a ingesta até 300 gramas por semana.  Porém, já estando com câncer e fazendo tratamento do mesmo, a carne vermelha não piora a doença. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Saiba como se alimentar antes e depois dos exercícios

Já estamos em maio e muitas promessas do começo do ano, foram sim colocadas em prática. Ter um estilo de vida mais saudável, comer melhor e praticar atividade física faz parte do projeto do novo ano e tem muita gente realmente envolvida em levar adiante essas mudanças. 
Mas apesar da boa vontade muitos ainda não conseguiram bom resultados. A resposta pode estar na alimentação. Cuidados com a alimentação antes e depois do treino ajudam na busca do peso ideal e na performance do exercício. 
É muito importante saber que se o objetivo inicial é perder peso, a alimentação deverá ser hipocalórica, ou seja, o consumo alimentar deverá ser inferior ao gasto. Mesmo com o treino, se não houver redução do consumo alimentar, não haverá emagrecimento. Assim, o treino não deverá ser realizado por período superior a 60 minutos. Um corpo que recebe menos energia do que gasta, não terá estoques de energia para muito tempo. Adequar a alimentação, tempo e tipo de treino é muito mais eficiente do que ficar horas nas academias. 
A definição do que comer antes e depois costuma ser uma dúvida comum entre praticantes de academia e, frequentemente, encontramos erros que podem comprometer seriamente os resultados. Treinar em jejum, por exemplo, gera emagrecimento, mas não poupa massa muscular. O treinamento eficiente é aquele promove justamente o contrário, preserva massa muscular e queima a gordura localizada. 
Os carboidratos são os nutrientes essências antes dos treinos, principalmente aqueles de ação mais lenta ou carboidratos complexos. São eles os responsáveis por gerar energia para o corpo humano. Quando conseguimos fornecer a energia adequada para organismo ajustamos o metabolismo para melhorar e eficiência da queima de gordura. Assim, antes do treino seja pela manhã, tarde ou noite, o alimento mais indicado para o consumo são os derivados de carboidratos. Pode ser o pão, cereal ou a batata doce que ganhou um destaque extra nos últimos meses. As frutas possuem carboidratos de ação rápida, por isso não são indicadas no pré-treino, principalmente quando realizado pela manhã. 
No pós treino a alimentação tem o papel de reparar os danos musculares causados pelo esforço do exercício. As proteínas sãos os únicos nutrientes capazes de fazer tal reparo. Mas não agem sozinhas. Elas precisam da energia vinda dos carboidratos, principalmente aqueles que agem imediatamente, como as frutas. Isso significa que deve existir a combinação entres os dois nutrientes. O horário de treino é o que definirá a melhor oferta proteica oferecida no pós-treino. A intenção é sempre manter as recomendações nutricionais próximas ao hábito alimentar de cada pessoa, e não somar uma refeição extra ao cardápio. 
No retorno do treino realizado pela manhã, o leite, preferencialmente magro, é a melhor proteína para restaurar os danos musculares. Se for batido com uma fruta, a combinação carboidrato e proteína ficam perfeitas. Quem tem alguma intolerância ou rejeição ao leite, pode consumir o ovo, que pode ser acompanhado por pão ou torradas. 
Treinos realizados no meio da manhã ou no final da tarde devem ser seguidos por refeições completas, almoço ou jantar. As proteínas provenientes dos animais (carne bovina, frango, peixe ou ovo) são as maiores aliadas do pós-treino. A oferta de carboidrato é fundamental, nesse caso pode ser arroz, batata, batata doce, mandioquinha, entre outros. O ajuste das porções é fundamental para alcançar os melhores resultados. 
O uso de suplementos nutricionais deve ser utilizado após análise adequada do treino e das recomendações alimentares diárias. A utilização sem recomendação pode trazer prejuízos à saúde e influenciar os resultados relacionados ao peso. Um profissional nutricionista deve sempre ser consultado antes do uso de suplementos. 
Não há dúvidas dos benefícios para saúde que atividade física traz. Aliada à boa nutrição o ganho é enorme. Peso normal, coração forte e longevidade garantida. Força para todos que resolveram mudar suas vidas e já estão nesse caminho há algum tempo. Que os bons resultados possam cativar aqueles que ainda não começaram!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Gordura trans: conheça os riscos e saiba como identificar

A gordura trans, encontrada em alimentos industrializados, teve origem no início do século passado para substituir a gordura animal, dar mais sabor, conservar por mais tempo e melhorar o visual dos alimentos. Estudos recentes comprovam que o excesso desse tipo de gordura é o mais prejudicial à saúde. O que é então a gordura trans e quais os riscos de seu consumo? 
Ela é composta por ácidos graxos insaturados. Um óleo encontrado na natureza, por exemplo, possui os átomos distribuídos em posição paralela. No entanto, quando é submetido ao tratamento industrial de hidrogenação, a estrutura química do óleo é modificada, fazendo com que os ácidos graxos fiquem com os átomos em alinhamento transversal - que fazem parte da confecção da gordura trans. 
A quantidade de gordura trans que deve estar presente na alimentação é um grande debate. Apesar de ser prejudicial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um consumo mínimo de 1% das calorias diárias. Alguns produtos podem possuir até quatro gramas por porção, o que elevaria em cinco vezes o consumo diário recomendado pela OMS. De uma maneira geral, no entanto, a grande indústria já se conscientizou sobre os problemas deste excesso, reduziu e vem reduzindo cada vez mais as quantidades de gordura trans presentes em seus alimentos, tirando do mercado, inclusive, os produtos que a possuíam em excesso. 
Se pensarmos em um adulto que deve consumir 30% de gorduras por dia, de acordo com a ingestão diária recomendada, devemos considerar que 1% dessa quantidade virá da gordura trans, o que corresponde ao consumo de 0,8 gramas da substância por dia. Já uma criança, que possui uma recomendação de ingestão diária menor do que a de um adulto teria de ingerir no máximo 0,6 gramas de gordura trans. 
A consequência deste alto consumo pode ser o aumento dos níveis de colesterol ruim, o LDL, e a diminuição do colesterol bom, HDL, elevando o risco de aterosclerose, infarto e acidente vascular cerebral. Mas o mais importante é que as pessoas reflitam sobre o que comer e quando comer. Um prato de arroz, feijão e bife pode ter a mesma quantidade de proteínas e vitaminas que um hambúrguer, por exemplo. O problema está, na realidade, na quantidade de maionese, ketchup e mostarda utilizada. A escolha e a reflexão sobre o consumo adequado e consciente destes e de qualquer alimento é a chave para uma alimentação correta e balanceada. 

Gordura trans escondida

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina listou 23 ingredientes que podem conter a gordura trans. Confira: 
Gordura de soja parcialmente hidrogenada 
Gordura hidrogenada 
Gordura hidrogenada de soja 
Gordura parcialmente hidrogenada 
Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada 
-Gordura vegetal hidrogenada 
-Gordura vegetal parcialmente hidrogenada 
-Hidrogenada 
-Margarina vegetal hidrogenada 
-Óleo de milho hidrogenado 
-Óleo vegetal de algodão, soja e palma hidrogenado 
-Óleo vegetal hidrogenado 
-Óleo vegetal líquido e hidrogenado 
-Óleo vegetal parcialmente hidrogenado 
-Creme vegetal 
-Composto lácteo com gordura vegetal (2º ingrediente gordura vegetal) 
-Gordura 
-Gordura vegetal 
-Gordura vegetal de girassol 
-Gordura vegetal de soja 
-Margarina 
-Margarina vegetal 
-Mistura láctea para bebidas (3º ingrediente gordura vegetal)  

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Exercício excessivo faz mal ao coração? Conheça os perigos do overtraining


O coração de atleta é um termo usado em cardiologia para descrever de forma abrangente todas as modificações na forma e funcionamento do coração de atletas bem treinados. 


 Quando uma pessoa é submetida a qualquer atividade repetitiva acontecem duas coisas: desgaste e adaptação. O desgaste pode ser observado mais facilmente por dores articulares em joelhos de corredores ou cotovelos de tenistas e golfistas. Isso pode ser prevenido evitando abusos e utilizando proteção adequada dos membros. A adaptação é mais facilmente observada na hipertrofia muscular em halterofilistas e no rearranjo das traves fibrosas ósseas para suportar melhor impacto durante o crescimento. 
 O coração, como o músculo que é, também sofre adaptação quando é submetido a estresse repetido. 
As mudanças mais comuns são:

 - Redução da frequência cardíaca: sinais de que o sistema nervoso autônomo parassimpático já se acostumou com a sobrecarga de adrenalina e aprendeu a balancear a frequência do coração e seus efeitos deletérios;Hipertrofia do miocárdio: o músculo aumenta sua massa para melhorar a performance e se adaptar ao alto fluxo durante o esporte;Sopros: podem ser causados pela hipertrofia, mais raramente, ou pelo fluxo aumentado. Devem ser avaliados com cuidado, pois sua presença pode não ser benigna;Arritmias cardíacas: aqui a adaptação já começa a se tornar desgaste. O coração sob estresse intenso pode não tolerar mais o esforço e criar batimentos prematuros ou arritmias mais graves. Esses devem ser sinais de alerta para o descondicionamento ou investigação adicional.
A preocupação com o coração do atleta vem das características em comum entre este e uma doença grave chamada miocardiopatia hipertrófica, que é um distúrbio genético que faz com que o músculo hipertrofie mesmo sem necessidade. É uma doença relativamente comum na população geral, e os portadores desta apresentam alto risco de morte se submetidos à atividade física extenuante. Acredita-se que a maioria dos atletas que morrem subitamente durante a atividade física tem alguma doença genética (como miocardiopatia hipertrófica ou síndrome do QT longo), que talvez pudesse ter sido identificada em exames de rotina, como ECG ou ecocardiograma. 
É possível (e necessário) afastar a doença cardíaca antes de começar a praticar atividades de alta performance. A consulta médica é um tempo gasto que pode poupar muito transtorno no futuro!