quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A hipertrofia muscular ocorre durante o exercício ou no repouso?

large-1“A hipertrofia muscular ocorre durante o exercício ou no repouso?” Quando frequento o ambiente de uma academia para treinar ou dar aulas de personal muitos alunos me abordam e fazem essa pergunta e creio que, também, sejam dúvidas de vários leitores do KILORIAS.
Para começar nosso entendimento vou definir dois termos essências: o anabolismo e catabolismo que são subdivisões do nosso metabolismo.
Anabolismo: Refere-se à complexação (assimilação) de substâncias em um organismo, ou seja, a partir de moléculas mais simples, são criadas moléculas mais complexas (síntese).
Catabolismo: Refere-se ao processamento (quebra) da matéria adquirida para fins de obtenção de energia.
De uma forma bem sucinta, podemos afirmar, então, que o anabolismo significa captação de energia e catabolismo, geração de energia, ou, ainda, anabolismo “construção” e o catabolismo “destruição”.
O exercício pode ser compreendido como um conjunto de contrações musculares realizadas de forma sequencial, com o objetivo de se manter ou melhorar um ou mais componente da aptidão física. No caso do treinamento resistido, os principais objetivos relacionam-se à melhora da aptidão muscular, ou seja, o aumento da força e hipertrofia.
O processo de contração muscular durante o exercício depende da transformação de energia química em energia mecânica (geração de trabalho). Parte dessa energia química também é perdida em forma de calor (energia térmica). Em outras palavras, a energia provinda dos alimentos e das reservas energéticas do organismo é utilizada para a realização do exercício.
A primeira via metabólica de geração de energia, conhecida como anaeróbia alática, é o sistema ATP-CP. Através dessa via, a creatina fosfato é armazenada na musculatura é utilizada para ressíntese do ATP, que é a “moeda energética” do organismo. Porém, em razão da baixa quantidade de creatina fosfato armazenada nos músculos, sua contribuição é pequena e pouco duradoura na produção de energia.
Com o prolongar da atividade, a participação da segunda via metabólica é aumentada. Essa via é conhecida como anaeróbia lática ou glicolítica, ou seja, usa a glicose para produção de energia (ATP).
Se a atividade persistir por um período maior, a terceira via metabólica passa a desempenhar o papel principal. Essa é a conhecida via metabólica aeróbia e utiliza o lipídio (gordura) como principal substrato como produção de energia (ATP).
Todos os macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) são utilizados para a produção de energia durante o exercício. O que varia é a proporção de sua utilização.
Como vimos anteriormente, nas vias metabólicas de produção de energia, os principais substratos utilizados são os carboidratos e gorduras. Na falta deles, o organismo passará a depender cada vez mais das proteínas. As proteínas não são utilizadas diretamente em nenhuma das vias metabólicas, porém, são degradadas e convertidas em glicose para posterior utilização. O organismo humano apresenta reservas dos principais substratos energéticos:
- Creatina fosfato: amarzenado em pequenas quantidades no sarcoplasma.
- Carboidratos: armazenado em quantidades limitadas em forma de glicogênio muscular e hepático.
- Lipídios: armazenados em maiores quantidades no tecido adiposo e em menor quantidade também no músculo.
O único substrato energético para o qual o organismo não apresenta reservas é a proteína, pois esta tem a função principal de servir como elemento estrutural enão como fonte de energia. O músculo esquelético, principal alvo das adaptações promovidas pelo treinamento resistido, é composto, basicamente, por proteínas e água. Caso haja necessidade da utilização de proteína para a geração de energia, o músculo esquelético será literalmente consumido.
Podemos dizer, então, que durante a atividade física, o músculo é um grande fornecedor de creatina fosfato e, posteriormente, de glicogênio (carboidrato), que leva certa quantidade de água, em situações extremas, proteínas. Portanto, pode-se concluir que o exercício é um estresse que proporciona reações catabólicas para o organismo.
Um erro é associar o inchaço localizado ocorrido durante a realização do exercício com o anabolismo ou hipertrofia muscular. Esse inchaço se dá em decorrência do redirecionamento do fluxo sanguíneo para a região em atividade, justamente para proporcionar substratos e nutrientes para a geração de energia. Esse efeito desaparece minutos após a atividade.
Então, o anabolismo (hipertrofia muscular), ocorre no repouso, através de um fenômeno denominado supercompensação e entende-se como a recuperação do organismo além dos níveis iniciais (pré-treinamento), ou seja, durante o repouso, todos os substratos utilizados durante o treinamento serão repostos em quantidades maiores do que as observadas inicialmente, gerando um superávit tanto metabólico (CP e glicogênio) quanto estrutural através da regeneração das fibras musculares (proteínas contrateis) adaptando o organismo a níveis superiores.
Em uma periodização do treinamento o repouso é uma parte importante para que ocorra o desenvolvimento muscular e sempre lembrando já dito aqui em post anteriores que, além disso, um bom treino seja acompanhado por um Profissional Ed. Física e uma dieta específica para tal objetivo seja prescrito por um Nutricionista.
Espero que tenha esclarecido  e compartilhado meus conhecimentos a todos.
Bons treinos!!!

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